Hoje, dia 25 de maio, comemora-se o Dia do Trabalhador Rural. A data homenageia todas as pessoas que se dedicam trabalhando nas zonas rurais, campos, fazendas e etc.
Infelizmente, fatos como, condição desfavoráveis, reduzem o número de trabalhadores no campo. Muitos saem de suas cidades em busca de oportunidades na cidade grande.
Os trabalhadores rurais são homens e mulheres que retiram do campo a subsistência e renda. De proprietários de terras a trabalhadores formais e informais, o homem do campo, apesar da importância, enfrenta dificuldades que vão desde a falta de investimento público no ensino das áreas rurais à contaminação pelo uso de agrotóxicos nas lavouras.
De 1960 a 1985, quase 8 milhões de pessoas se incorporaram à força de trabalho no campo, levando o total a 23 milhões, auge do emprego rural no Brasil. Mas nos últimos 30 anos o número de trabalhadores em atividades agrícolas diminui continuamente. Hoje, são 15 milhões. Estudo divulgado em novembro pelo Dieese – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos socioeconômicos, traz uma estimativa de que, mantida essa tendência, em 2050 serão apenas 8 milhões.
O deslocamento de mão de obra acompanha as mudanças na sociedade brasileira. Em 1950, 64% da população estava no setor rural. Passados 60 anos, o número caiu para 16%. O estudo detecta alguns fatores que ajudam a entender a diminuição gradual de trabalhadores no campo: desenvolvimento da indústria, transformação do processo produtivo na agricultura, precariedade de serviços por parte do Estado, dificuldade do trabalho no campo, maior concentração da propriedade na terra.
Apenas na última década, são 2 milhões de trabalhadores a menos no meio, boa parte jovens de até 24 anos, lembra o economista Júnior César Dias, da subseção do Dieese na Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). Ele cita o que se chama de sucessão rural, apontando a dificuldade de o jovem ter acesso à terra e começar o seu negócio. “O pai tem dois, três filhos, e a propriedade acaba não ficando com nenhum”, diz
A realidade do trabalhador rural continua difícil, mas ainda tem as pessoas que estão lá, persistem, lutam dia a dia para manter suas famílias.
A saída de pessoas do campo, além da busca de outras oportunidades, deve-se à carência de políticas públicas. O processo de mecanização também tira muita gente do campo, principalmente as mais qualificadas. Agricultura e pecuária têm menos demanda de mão de obra.
Há um problema grave não só para o campo, mas para a sociedade brasileira. A produção de alimentos vai ser afetada não só pelo êxodo rural, mas pelo que se produz.
Incentivar a agricultura familiar pode ser uma grande saída para os problemas de escassez e da permanência do homem no campo. Nove em cada dez das 570 milhões de propriedades agrícolas no mundo são geridas pela agricultura familiar.
Além dos avanços nos direitos dos camponeses, também é necessária a reforma agrária. Um dos setores que mais se beneficiariam é agricultura familiar, que tem um papel fundamental no atendimento ao mercado interno, oferecendo um produto diferenciado para além da monocultura de exportação. Os alimentos produzidos em pequenas propriedades representam 70% do consumo nacional, gerando mais empregos que a agricultura empresarial. Atualmente no Brasil, apenas 24% das terras estão nas mãos da agricultura familiar. De cada quatro trabalhadores rurais, um está na linha da miséria. O fim da miséria passa, obrigatoriamente, pela redistribuição de terras do Brasil.
A agricultura familiar produz cerca de 80% dos alimentos no mundo. A prevalência e a produção significam que “são vitais para a solução do problema da fome”, que atinge mais de 800 milhões de pessoas, escreveu o Diretor-Geral da FAO, José Graziano da Silva, na introdução do novo relatório da FAO de 2014 sobre o Estado da Alimentação e da Agricultura (SOFA 2014).
A agricultura familiar é também guardiã de cerca de 75% de todos os recursos agrícolas do mundo e, portanto, é fundamental para a melhoria da sustentabilidade ecológica e dos recursos. Estão também entre os mais vulneráveis às consequências do esgotamento dos recursos e às alterações climáticas.
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Fontes
- Rede Brasil Atual: https://goo.gl/UBS8AL
- MST – https://goo.gl/H0PpWU
- CSB – https://goo.gl/F2tsIu