Relatório produzido pelo Sebrae mostra dados sobre os desafios para empreender no país. O Brasil atingiu em 2022 a menor taxa de empreendedorismo da última década

O Brasil atingiu em 2022 a menor taxa de empreendedorismo da última década, fechando o ano com 30,3%, de acordo com o relatório Global Entrepreneurship Monitor 2022, realizado pelo Sebrae e Associação Nacional de Estudos em Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas (Anegepe).

Puxado pela pandemia, em 2020, esse índice apresentou uma queda de 7,1 pontos percentuais em relação a 2019. Desde então, esse índice vem caindo gradativamente.

Ainda assim, em um ranking mundial, o Brasil ocupa a 7ª posição em relação ao número de empreendedores estabelecidos. Na frente estão Coréia do Sul, Togo, Grécia, Letônia, Guatemala e Irã.

Para traduzir isso em números, recorro a alguns números do Sebrae que indicam que, atualmente, 30% do PIB brasileiro é gerado pelas micro e pequenas empresas. No primeiro semestre de 2022, o setor foi responsável por 72% dos empregos criados no país e representam 99% das empresas brasileiras. A maior parte delas concentradas no setor de serviços.

Mulheres empreendedoras superam os desafios para empreender no Brasil

Apesar da queda gradativa do empreendedorismo no país desde a pandemia, vale registrar que o número de mulheres empreendedoras vem crescendo no Brasil e bateu uma marcar histórica. Com base em levantamentos do Sebrae, a partir de dados do IBGE, no terceiro trimestre de 2022, o número de brasileiras donas de seus próprios negócios somava 10,3 milhões de mulheres.

No Rio de Janeiro, essa proporção é ainda maior, elas representam 38% do total. E muitas delas, além de cuidar do próprio negócio, ainda apoiam outras mulheres no mercado de trabalho e na vida financeira.

Em um país onde metade dos lares é chefiado por mulheres, certamente é uma informação extremamente importante para planejamento de políticas públicas de empreendedorismo. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PnadC), apontam que mulheres que são responsáveis pelo sustento de seus lares cresceu 72,9% entre 2012 a 2022.

O programa Microempreendedores Individuais (MEI), criado pelo governo federal, tem sido um impulsionador e popularizado a formalização de pequenos empreendedores. Até setembro de 2021 já eram mais de 11 milhões de inscritos.

A cultura do empreendedorismo tem se fortalecido no Brasil, com mais pessoas optando por seguir carreiras independentes e buscar oportunidades fora do emprego formal. Ainda mais em um país que possui uma rica diversidade econômica, com setores como agronegócio, tecnologia, fintechs, saúde, educação, entretenimento e turismo, áreas consideradas promissoras para investimentos.

O acesso às novas tecnologias e o aumento da conectividade também têm permitido que brasileiros alcancem informações e capacitação no mercado global, ampliando, assim, as oportunidades de negócios.

Empreendedorismo no Rio de Janeiro

O Rio de Janeiro tem experimentado um crescimento em seu ecossistema empreendedor nos últimos anos, com as pessoas superando os desafios para empreender . A presença de aceleradoras, incubadoras e espaços de inovação, universidades e centros de pesquisa estimulam a criação de startups, principalmente em conhecimento científico. Vale destacar que o estado ainda apresenta um leque diversificado de oportunidades de negócios em setores como petróleo, gás, tecnologia, moda e, claro, turismo e cultura.

O governo estadual tem se mostrado comprometido em incentivar o empreendedorismo, oferecendo programas de apoio financeiro e desburocratizando a abertura e gestão de novos negócios. Mas ainda são muitos os desafios a serem enfrentados pela frente. Nossa expectativa é de que a reforma tributária, hoje em tramitação no Senado, possa com a simplificação do sistema tributário abrir novos horizontes para o empreendedorismo no país.

Enquanto a reforma tributária não vem, é possível começar a virar o jogo com algumas ações simples. Buscando por parceiros certos, que podem ajudar a minimizar riscos não só para quem está começando a jornada empreendedora, como também para quem já está há algum tempo no mercado, e a capacitação. Como tudo na vida, um bom planejamento pode fazer toda a diferença na hora de empreender.