Após audiência pública na Câmara sobre a compra da Estácio Participações pelo Grupo Kroton, rede de ensino superior particular, o líder do Solidariedade, deputado Aureo (RJ), anunciou que vai avaliar a necessidade de ser criada uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar detalhes da fusão.
A reunião ocorrida na manhã desta quinta-feira (11) na Comissão de Desenvolvimento Econômico e feita a pedido do deputado Aureo, pretendia esclarecer denúncias referentes à fusão e o possível monopólio do mercado de ensino superior privado pelas empresas. Na audiência, o diretor jurídico do Grupo Kroton, Leonardo Augusto Lara, defendeu a operação declarando que não houve apontamento de irregularidades.
O diretor também minimizou a preocupação apontada por outros representantes do setor educacional de que a junção das duas instituições causará um monopólio do mercado. Ele ainda negou que tenha havido superfaturamento de mensalidades a alunos beneficiados pelo Fies nas faculdades do grupo, conforme denunciado na imprensa.
As outras duas convidadas presentes na reunião – Amábile Pacios, presidente da Câmara de Educação Superior da Federação Nacional das Escolas Particulares (FENEP) e Elizabeth Guedes, vice-presidente da Associação Nacional das Universidades Particulares (ANUP) – também defenderam a fusão e apontaram dados sobre a quantidade de faculdades do país.
O deputado Aureo não ficou satisfeito com as informações e fez novas indagações sobre o caso, como o questionamento do Cade sobre a fusão e a compra anterior do Grupo Kroton da Faculdade Anhanguera. O representante do grupo, porém, disse que posteriormente enviaria as respostas por escrito à comissão.
Para garantir que o tema seja melhor apurado e os detalhes ainda não explicados sobre a transação sejam esclarecidos, Aureo declarou que estudaria a possibilidade de pedir a abertura da CPI.
“Não se trata da fusão de empresas de chocolate, é algo muito importante para o país, que é a educação, e que vai impactar milhões de brasileiros”, ressaltou.