Só quem tem algum grau de intolerância à lactose sabe o quanto esse problema precisa de atenção. Em crianças, a intolerância exige ainda mais cautela. É preciso ver detalhadamente o rótulo dos alimentos e tomar cuidado com a comida de restaurantes e até da escola. Agora imagine só você ter todo esse cuidado com a alimentação do seu filho e, ainda assim, ele acabar passando mal por conta de um medicamento? Saiba que isso é comum, já que não há a obrigação sobre essa informação nas embalagens de remédios. Mas, graças à aprovação do Projeto de Lei que exige que o rótulo deve informar sobre lactose no medicamento, esse problema está prestes a acabar.
A Comissão de Defesa do Consumidor aprovou a proposta que torna obrigatória a informação nos medicamentos. O Projeto de Lei 7783/2017, de minha autoria, tem o objetivo de dar mais transparência sobre a composição dos remédios, além de garantir a segurança de quem tem algum tipo de intolerância à lactose.
Por que os remédios podem conter lactose?
A lactose é um dos açúcares naturais do leite e geralmente é usada para aumentar o volume total, bem como para dar um sabor mais agradável ao comprimido. Por isso, remédios como antibióticos e antiinflamatórios podem conter alguma quantidade da substância. No entanto, sabemos que atualmente, apenas a indústria alimentícia informa se há lactose nos produtos, já que existe uma lei que exige essa informação. Mas, você concorda que o rótulo deve informar sobre lactose no medicamento de forma clara e visível?
Você pode pensar que a quantidade de lactose nos comprimidos é pequena e que esse consumo não vai fazer mal. Mas imagine um tratamento de 10 ou 15 dias. Nesse caso, o que era pouco torna-se muito para um organismo intolerante, e pode causar dor, desconforto e até casos graves de desidratação. Além disso, os sintomas podem fazer o paciente deixar de usar um remédio importante para algum tratamento, e isso pode impactar diretamente a sua saúde.
O meu principal objetivo é garantir informações claras e seguras para que nenhuma pessoa tenha problemas de saúde pela simples falta de indicação em um rótulo. Afinal, como consumidor, você tem o direito de saber o que está ingerindo. As comissões de Seguridade Social e Família e Constituição e Justiça e de Cidadania ainda vão analisar a proposta.