Já falamos aqui sobre como as linhas de crédito são fundamentais para quem quer começar a empreender, principalmente neste período de pandemia. Mas e quem já está há mais tempo no mercado? Quais as alternativas para minimizar os efeitos da crise nos empreendedores já estabelecidos? Sabemos que conseguir financiamento seria uma boa solução. Mas, você sabe porque o acesso a crédito para pequenos empreendedores é tão difícil?
Antes mesmo da Covid-19, manter um negócio funcionando no Brasil já era difícil. De acordo com a pesquisa Demografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo, do IBGE, divulgada em 2019, seis em cada dez empresas não conseguiam manter as portas abertas por mais de cinco anos no país.
Um agravante é que a cada ano que passa essa dificuldade aumenta: a taxa de sobrevivência das empresas que abriram em 2012 foi de 78,9% no primeiro ano de funcionamento. Cinco anos depois, o percentual passou para 39,8%. Em outras palavras, apenas 39,8% das empresas abertas em 2012 ainda funcionando em 2017. Imagine como está a situação agora, 16 meses após o início da crise econômica que estamos vivendo?
O cenário é bem desanimador, principalmente para os micro e pequenos empreendedores. Ainda segundo o IBGE, só nos três primeiros meses de 2020, mais de 523 mil empresas fecharam. Além disso, 99,2% das empresas fechadas eram de pequeno porte.
A pesquisa Sobrevivência das Empresas, do Sebrae, entrevistou empreendedores de todo o país para entender os efeitos da pandemia no setor. Mais de 40% dos entrevistados apontaram a pandemia como causa do fechamento de suas empresas. Bem como 34% dos empreendedores afirmam que o acesso a crédito poderia ter mudado essa situação.
Por que o acesso a crédito é tão difícil para micro e pequenas empresas?
Mesmo sendo responsáveis por mais de 75% dos empregos no país, ainda assim as micro e pequenas empresas têm muita dificuldade para conseguir crédito. Uma das principais causas é a burocracia. A informalidade na manutenção dos negócios, a falta de educação financeira e a inadimplência atrapalham na análise de crédito das financeiras.
A falta de apoio do governo também interfere. Mas não é por falta de dinheiro, pois, de acordo com o emprestômetro, do Ministério da Economia, até julho de 2020 apenas 30% dos recursos dos programas de crédito às pequenas empresas foram utilizados. Sei a importância dessa política pública, por isso, votei a favor do Pronampe, que já é o programa que mais apoia micro e pequenos empreendedores no país.
Outra opção para os empreendedores é a Empresa Simples de Crédito. A ESC foi criada para oferecer empréstimos e financiamentos para pequenos e microempreendedores. Entretanto, a ESC ainda precisa ser aprimorada. Foi por isso que criei o Projeto de Lei 187/2020, que tem o objetivo de simplificar e ampliar o acesso à Empresa Simples de Crédito.
Você sabe do meu comprometimento com os pequenos e microempresários brasileiros. Eu defendo esses profissionais, que são fundamentais para a geração de emprego e renda no nosso país. Incentivar o empreendedorismo é incentivar o desenvolvimento da nossa economia.